Sist. Nervoso

Introdução

O sistema nervoso é um órgão de alta complexidade anatômica: opaco ao que esta no seu interior, convoluto e, portanto, cheio de saliências e reentrâncias que escondem umas as outras, variável entre as especies animais e extensamente conectado com estruturas periféricas corporal.

Niveis de classificação do sistema nervoso

o primeiro nivel de classificação do sistema nervoso divide-o em cistema nervoso central (SNC), e sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é definido como o conjunto dos componentes do sistema nervoso contidos em caixas osseas (o cranio e a coluna vertebral). O sistema nervoso central é a porçãpo receptora de estimulos, de comando e desencadeadora de respostas. O SNP apresenta seus elementos distribuidos por todo o organismo. O SNP esta constituido por vias que conduzem os estimulos ao sistema nervoso central ou que levam ate os órgãos efetuadores as osdens emanas da porção central.
Considera-se no segundo nível de classificação, dividindo-se o SNC em encelafo (contida dentro do cerebro) e medula espinhal (contida no interior da coluna vertebral).
Um terceiro ninvel dividindo-se encefalo em cerebro, cerebelo e tronco encefalico.
O SNP ao contrario do SNC é disperso no organismo onde adopta termos nervos e ganglios.

COMPONENTES DO SISTEMA
NERVOSO

O tecido nervoso é constituído por três tipos de células que são diferentes estrutural e funcionalmente: 1) neurônios (células nervosas) que transmitem impulsos nervosos;
2) lemócitos que formam o envoltório ao redor dos processos de vários do SNP; 3) neuroglia ou células gliais que se especializam como um tecido de suporte entre os neurônios do SNC.

NEURÓNIOS

O neurônio é o componente fundamental do SN. Apresenta capacidade de responder estímulos originando e conduzindo sinais elétricos.

Os neurônios apresentam processos que podem ser bem longos. Desta maneira, um único neurônio ou uma simples célula, se estende desde a medula espinal até o hálux.

Cada neurônio é formado por um corpo celular e um ou mais prolongamentos contendo citoplasma que parte do corpo celular. No interior do citoplasma do corpo celular existe um grande núcleo contendo um nucléolo proeminente.

Os prolongamentos associados com um neurônio são extensões muito finas dessa célula. Existem basicamente dois tipos de prolongamentos: os dendritos e axônios.

A zona dendrítica é a porção receptora do neurônio, onde os sinais elétricos se originam, podendo incluir o corpo celular ou os dendritos.

O número, tamanho e extensão dos dendritos variam nos diferentes tipos de neurônios.

O axônio ou fibra nervosa é a porção condutora de um neurônio, ou seja, a parte que transmite os impulsos elétricos.

O comprimento dos axônios varia consideravelmente, podendo ser bem curtos ou percorrer longas distâncias. Cada neurônio apresenta somente um axônio, mas cada axônio, normalmente, apresenta vários ramos denominados colaterais.

Um axônio e seus colaterais terminam em ramos finos separados entre si denominados telodendro, os quais se expandem em estruturas chamadas terminais axônicos os botões sinápticos.

NERVOS

Um nervo é composto de um prolongamento
de vários neurônios unidos entre si por bainhas de tecido conjuntivo.


As fibras e o conjunto de fibras nervosas são
separados respectivamente por tecido conjuntivo endoneuro e perineuro, sendo o grupo de fibras nervosas (fascículo) envolvido pelo epineuro.

Os nervos são encontrados somente no SNP e variam de tamanho e constituição.

Neurônio = célula nervosa
Fibra nervosa = prolongamento longo do neurônio
Nervo = conjunto de fibras nervosas no SNP

NEUROGLIA

Existem bilhões no SNC, mas ainda mais
células de suporte distribuídas entre os
neurônios. Essas células são denominadas neuroglias (células da glia).

Algumas dessas células fornecem o suporte estrutural para os neurônios, outras estão envolvidas no transporte de nutriente do sangue para os neurônios e participam na remoção de produtos do metabolismo dos neurônios.


Meninges


O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por laminas (ou membranas) de tecido conjuntivo chamados, em conjunto, meninges. Estas laminas são, de fora para dentro: a dura-máter, a aracnoide e a pia-máter. Dura-máter é a mais espessa delas e a pia-mater a mais finas. Esta ultima esta intimamente aplicada ao encefalo e a medula espinha. Entre as duas está a aracnoide, da qual partem fibras de semelhantes a uma teia de aranha. A aracnoide separado da dura-mater por um espaço capilar denominado espaço subdural e a pia mater pelo espaço subaracnoide, onde circula o liquido cerebro-espinhal (ou liquor).
Origens embriologicas
Sistema nervoso central
para melhor compreenderas partes constituintes o SNC é preciso entender de sua oringem embrioloica.

Vesiculas primordiais



O SNC origina-se do tubo neural que, na sua extremidade cranial, apresenta três dilataçoes denominadas de vesiculas primordias: o prosencefalo, o mesencefalo e o robemcefalo. O restante do tubo é a medula primitiva

a cavidade ou luz do tubo neural existe tambem nas vesiculas primordias.

a) Prosencefalo- com a decorrer do desenvolvimento aumentam desproporcionalmente e acabam por recobrir a porção central, originando o telecefalo e o diencefalo. A luz expande-se tambem lateralmente, acompanhando o grando desenvolvimento do telencefalo.

b) Mesencefalo – o mesencefalo desenvolve-se sem subdividir-se e sua luz permanece como um canal estreitado.

c) Rombencefalo – o rombencefalo subdivide-se em metencefalo e mielencefalo. Neste ultimo a luz se dilata, como dilatada se apresenta tambem no telencefalo e (menos) no diencefalo.




Partes do sistema nervoso central
 
Destas transformações das vesículas primordiais, originam-se as partes mais importantes do sistema nervoso central:

a) o telencéfalo e diencéfalo originam o cérebro, sendo que os chamados hemisférios cerebrais são de origem telencefálica.

b) o mesencefalo permanece, com a mesma denominação, como uma parte do SNC

c) o metencefalo origina o cerebelo e o ponte

d)o miencefalo origina o bulbo

e)o restante do tubo neural primitivo, origina a medula primitiva e esta a medula espinhal.

O mesencéfalo, a ponte e o bulbo, em conjunto, constituem o tronco encefálico.



Ventrículos encefálicos e suas comunicações
    Nas transformações sofridas pelas vesículas primordiais, a luz do tubo neural primitivo permanece e apresenta-se dilatada em algumas das subdivisões daquelas vesiculas, constituindo os chamados ventrículos que se comunicam entre si:
    a) a luz do telencéfalo correspondente aos ventrículos laterais (direito e esquerdo)
    b) a luz do diencéfalo corresponde ao III ventrículo. Os ventrículos laterais comunicam livremente com o III ventrículo através do forame interventricular
    c) a luz do mesencéfalo é um canal estreitado, o aqueduto cerebral, o qual comunica o III ventriculo com o IV ventriculo
    d) a luz do rombencéfalo corresponde ao IV ventrículo, este é continuado pelo canal central da medula e se comunica com o espaço subaracnoide.


Liquor  
No espaço subaracnoide e nos ventrículos, circula um liquido de composição quimica pobre em proteinas, denominado liquido cerebro-espinhal ou liquor, sendo uma de suas mais importantes funções proteger o SNC, amortecendo choques. O mesmo produzido em formação especiais chamados de plexos corioides, situados no assoalho dos ventriculos laterais e no teto do III e o IV ventriculo.



 
oDivisao anatomica e funcionais







Disposição da substancia branca e cinzenta no sistema nervoso central

A observação atenta de um corte de encefalo ou de medula, permite reconhecer areas claras e areas escuras que representam, respectivamente, o que se chama substancia branca e substancia cinzenta. A primeira esta, constituida, predominantemente, de fibras nervosas mielinicas e a segunda de corpos de neuronios.
Dois tipos de substância estão presentes na medula espinhal, a substância branca constituída de axônios, forma a parte externa da medula e a substãncia cinzenta, formada por corpos neuronais, localiza-se internamente, a branca em forma de H.
 No tronco encefálico que é constituído por corpos neuronais que se agrupam em núcleos e por feixes de fibras nervosas, onde podemos encontrar só substancia cinzenta.
No cerebro e no cerebelo podemos encontrar substância branca no interior e substância cinzenta na superfície.





    Sistema nervoso periférico

O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos, que são representantes dos axônios (fibras motoras) ou dos dendritos (fibras sensitivas). São as fibras nervosas dos nervos que fazem a ligação dos diversos tecidos do organismo com o sistema nervoso central. É composto pelos nervos espinhais e cranianos. Os nervos espinhais se originam na medula e os cranianos no encéfalo.
Para a percepção da sensibilidade, na extremidade de cada fibra sensitiva há um dispositivo captador que é denominado receptor e uma expansão que a coloca em relação com o elemento que reage ao impulso motor, este elemento na grande maioria dos casos é uma fibra muscular podendo ser também uma célula glandular. A estes elementos dá-se o nome de efetor.
Portanto, o sistema nervoso periférico é constituído por fibras que ligam o sistema nervoso central ao receptor, no caso da transmissão de impulsos sensitivos; ou ao efetor, quando o impulso é motor.
As fibras que constituem os nervos são em geral mielínicas com neurilema. São três as bainhas conjuntivas que entram na constituição de um nervo: epineuro (envolve todo o nervo e emite septos para seu interior), perineuro (envolve os feixes de fibras nervosas), endoneuro (trama delicada de tecido conjuntivo frouxo que envolve cada fibra nervosa). As bainhas conjuntivas conferem grande resistência aos nervos sendo mais espessas nos nervos superficiais, pois estes são mais expostos aos traumatismos.
Durante o seu trajeto, os nervos podem se bifurcar ou se anastomosar. Nestes casos não há bifurcação ou anastomose de fibras nervosas, mas apenas um reagrupamento de fibras que passam a constituir dois nervos ou que se destacam de um nervo para seguir outro.


  • terminações nervosas
  • ganglios
  • nervos cranianos
    Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo. Os 12 pares de nervos cranianos recebem uma nomenclatura específica, sendo numerados em algarismos romanos, de acordo com a sua origem aparente, no sentido rostrocaudal.
    As fibras motoras ou eferentes dos nervos cranianos originam-se de grupos de neurônios no encéfalo, que são seus núcleos de origem.
    Eles estão ligados com o córtex do cérebro pelas fibras corticonucleares que se originam dos neurônios das áreas motoras do córtex, descendo principalmente na parte genicular da cápsula interna até o tronco do encéfalo.
    Os nervos cranianos sensitivos ou aferentes originam-se dos neurônios situados fora do encéfalo, agrupados para formar gânglios ou situados em periféricos órgãos dos sentidos.
    Os núcleos que dão origem a dez dos doze pares de nervos cranianos situam-se em colunas verticais no tronco do encéfalo e correspondem à substância cinzenta da medula espinhal.
    De acordo com o componente funcional, os nervos cranianos podem ser classificados em motores, sensitivos e mistos.
    Os motores (puros) são os que movimentam o olho, a língua e acessoriamente os músculos látero-posteriores do pescoço. São eles:

III - Nervo Oculomotor 
IV - Nervo Troclear
XI - Nervo Acessório 
XII - Nervo Hipoglosso 
Os sensitivos (puros) destinam-se aos órgãos dos sentidos e por isso são chamadsensoriais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral (dor, temperatura e tato). Os sensoriais são:
I - Nervo Olfatório
II - Nervo Óptico
VIII - Nervo Vestibulococlear
Os mistos (motores e sensitivos) são em número de quatro:
V - Trigêmeo
VII - Nervo Facial
IX - Nervo Glossofaríngeo
X - Nervo Vago
Cinco deles ainda possuem fibras vegetativas, constituindo a parte crânica periférica do sistema autônomo. São os seguintes:
III - Nervo Oculomotor
      VII - Nervo Facial
IX - Nervo Glossofaríngeo
X - Nervo Vago
XI - Nervo Acessório

 
                   Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

A seqüência craniocaudal dos nervos cranianos é como se segue:





I. Nervo Olfatório 

As fibras do nervo olfatório distribuem-se por uma área especial da mucosa nasal que recebe o nome de mucosa olfatória. Em virtude da existência de grande quantidade de fascículos individualizados que atravessam separadamente o crivo etmoidal, é que se costuma chamar de nervos olfatórios, e não simplesmente de nervo olfatório (direito e esquerdo).
É um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos olfatórios, sendo classificados como aferentes viscerais especiais. Mais informações sobre o nervo olfatório podem ser encontradas em Telencéfalo (Rinencéfalo).


Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

II. Nervo Óptico
É constituído por um grosso feixe de fibras nervosas que se originam na retina, emergem próximo ao pólo posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio pelo canal óptico. Cada nervo óptico une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial de suas fibras, as quais continuam no tracto óptico até o corpo geniculado lateral. O nervo óptico é um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos visuais, classificando-se como aferentes somáticas especiais.

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
III. Nervo Oculomotor
IV. Nervo Troclear
VI. Nervo Abducente
São nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior, distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular, que são os seguintes: elevador da pálpebra superior, reto superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, oblíquo superior, oblíquo inferior. Todos estes músculos são inervados pelo oculomotor, com exceção do reto lateral e do oblíquo superior, inervados respectivamente, pelos nervos abducente e troclear. As fibras que inervam os músculos extrínsecos do olho são classificadas como eferentes somáticas.
O nervo oculomotor nasce no sulco medial do pedúnculo cerebral; o nervo troclear logo abaixo do colículo inferior; e o nervo abducente no sulco pontino inferior, próximo à linha mediana.
Os três nervos em apreço se aproximam, ainda no interior do crânio, para atravessar a fissura orbital superior e atingir a cavidade orbital, indo se distribuir aos músculos extrínsecos do olho.
O nervo oculomotor conduz ainda fibras vegetativas, que vão à musculatura intrínseca do olho, a qual movimenta a íris e a lente.
                             Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

V. Nervo Trigêmeo
O nervo trigêmeo é um nervo misto, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e uma motora. A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigemial, que se localiza no cavo trigeminal, sobre a parte petrosa do osso temporal. Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam, distalmente ao gânglio, os três ramos do nervo trigêmeo: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular, responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como aferentes somáticas gerais. A raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos mastigatórios. O problema médico mais freqüentemente observado em relação ao trigêmeo é a nevralgia, que se manifesta por crises dolorosas muito intensas no território de um dos ramos do nervo.
1. Nervo oftálmico: atravessa a fissura orbital superior (juntamente com o III, IV, VI pares cranianos e a veia oftálmica) e ao chegar à órbita fornece três ramos terminais, que são os nervos nasociliar, frontal e lacrimal.
O nervo oftálmico é responsável pela sensibilidade da cavidade orbital e seu conteúdo, enquanto o nervo óptico é sensorial (visão).
2. Nervo maxilar: é o segundo ramo do nervo trigêmeo. Ele cruza a fossa pterigopalatina como se fosse um cabo aéreo para introduzir-se na fissura orbital inferior e penetrar na cavidade orbital, momento em que passa a se chamar nervo infra-orbital.
O nervo infra-orbital continua a mesma direção para frente transitando pelo soalho da órbita, passando sucessivamente pelo sulco, canal e forame infra-orbital e através desse último se exterioriza para inervar as partes moles situadas entre a pálpebra inferior (n. palpebral inferior), nariz (n.nasal) e lábio superior (n. labial superior).
O nervo infra-orbital (ramo terminal do nervo maxilar) fornece como ramos colaterais o nervo alveolar superior médio e o nervo alveolar superior anterior, que se dirigem para baixo.
Nas proximidades dos ápices das raízes dos dentes superiores, os três nervos alveolares superiores emitem ramos que se anastomosam abundantemente, para constituírem o plexo dental superior.
3. Nervo mandibular: é o terceiro ramo do nervo trigêmeo. Ele atravessa o crânio pelo forame oval e logo abaixo deste se ramifica num verdadeiro ramalhete, sendo que os dois ramos principais, são o nervo lingual e alveolar inferior.
O nervo lingual dirige-se para a língua, concedendo sensibilidade geral aos seus dois terços anteriores.
O nervo alveolar inferior penetra no forame da mandíbula e percorre o interior do osso pelo canal da mandíbula até o dente incisivo central.
Aproximadamente na altura do segundo pré-molar, o nervo alveolar inferior emite um ramo colateral, que é o nervo mental (nervo mentoniano), o qual emerge pelo forame de mesmo nome, para fornecer sensibilidade geral às partes moles do mento.
Dentro do canal da mandíbula, o nervo alveolar inferior se ramifica, porém seus ramos se anastomosam desordenadamente para constituir o plexo dental inferior, do qual partem os ramos dentais inferiores que vão aos dentes inferiores.
A parte motora do nervo mandibular inerva os músculos mastigatórios (temporal, masseter e pterigóideo medial e lateral), com nervos que tem o mesmo nome dos músculos.
Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
VII. Nervo Facial
É também um nervo misto, apresentando uma raiz motora e outra sensorial gustatória. Ele emerge do sulco bulbo-pontino através de uma raiz motora, o nervo facial.

propriamente dito, e uma raiz sensitiva e visceral, o nervo intermédio. Juntamente com o nervo vestíbulo-coclear, os dois componentes do nervo facial penetram no meato acústico interno, no interior do qual o nervo intermédio perde a sua individualidade, formando-se assim, um tronco nervoso único que penetra no canal facial.
A raiz motora é representada pelo nervo facial propriamente dito, enquanto a sensorial recebe o nome de nervo intermédio.
Ambos têm origem aparente no sulco pontino inferior e se dirigem paralelamente ao meato acústico interno onde penetram juntamente com o nervo vestibulococlear.
No interior do meato acústico interno, os dois nervos (facial e intermédio) penetram num canal próprio escavado na parte petrosa do osso temporal, que é o canal facial.
As fibras motoras atravessam a glândula parótida atingindo a face, onde dão dois ramos iniciais: o temporo facial e cérvico facial, os quais se ramificam em leque para inervar todos os músculos cutâneos da cabeça e do pescoço.
Algumas fibras motoras vão ao músculo estilo-hióideo e ao ventre posterior do digástrico.
As fibras sensoriais (gustatórias) seguem um ramo do nervo facial que é a corda do tímpano, que vai se juntar ao nervo lingual (ramo mandibular, terceiro ramo do trigêmeo), tomando-se como vetor para distribuir-se nos dois terços anteriores da língua.
O nervo facial apresenta ainda fibras vegetativas (parassimpáticas) que se utilizam do nervo intermédio e depois seguem pelo nervo petroso maior ou pela corda do tímpano (ambos ramos do nervo facial) para inervar as glândulas lacrimais, nasais e salivares (glândula sublingual e submandibular).
Em síntese, o nervo facial dá inervação motora para todos os músculos cutâneos da cabeça e pescoço (músculo estilo-hióideo e ventre posterior do digástrico).

                 Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

VIII. Nervo Vestibulococlear
Costituído por dois grupos de fibras perfeitamente individualizadas que formam, respectivamente, os nervos vestibular e coclear. É um nervo exclusivamente sensitivo, que penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo-pontino, entre a emergência do VII par e o flóculo do cerebelo. Ocupa juntamente com os nervos facial e intermédio, o meato acústico interno, na porção petrosa do osso temporal.
A parte vestibular é formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que conduzem impulsos nervosos relacionados ao equilíbrio.
A parte coclear é constituída de fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio espiral e que conduzem impulsos nervosos relacionados com a audição.
As fibras do nervo vestíbulo-coclear classificam-se como aferentes somáticas especiais.

           Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

IX. Nervo Glossofaríngeo
É um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos radiculares, que se dispõem em linha vertical. Estes filamentos reúnem-se para formar o tronco do nervo glossofaríngeo, que sai do crânio pelo forame jugular. No seu trajeto, através do forame jugular, o nervo apresenta dois gânglios, superior e inferior, formados por neurônios sensitivos. Ao sair do crânio, o nervo glossofaríngeo tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e na faringe. Desses, o mais importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela sensibilidade geral do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeos. Merecem destaque também as fibras eferentes viscerais gerais pertencentes à divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo e que terminam no gânglio óptico. Desse gânglio, saem fibras nervosas do nervo aurículo-temporal que vão inervar a glândula parótida.

                                          Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
X. Nervo Vago
O nervo vago é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo vago. Este emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. Neste trajeto o nervo vago dá origem a vários ramos que inervam a faringe e a laringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. O vago possui dois gânglios sensitivos: o gânglio superior, situado ao nível do forame jugular; e o gânglio inferior, situado logo abaixo desse forame. Entre os dois gânglios reúne-se ao vago o ramo interno do nervo acessório.
Fibras aferentes viscerais gerais: conduzem impulsos aferentes originados na faringe, laringe, traquéia, esôfago, vísceras do tórax e abdome.
Fibras eferentes viscerais gerais: são responsáveis pela inervação parassimpática das vísceras torácicas e abdominais.
Fibras eferentes viscerais especiais: inervam os músculos da faringe e da laringe.
As fibras eferentes do vago se originam em núcleos situados no bulbo, e as fibras sensitivas nos gânglios superior e inferior.
                         Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
XI. Nervo Acessório
Formado por uma raiz craniana e uma espinhal. A raiz espinhal é formada por filamentos que emergem da face lateral dos cinco ou seis primeiros segmentos cervicais da medula, constituindo um tronco que penetra no crânio pelo forame magno. A este tronco unem-se filamentos da raiz craniana que emergem do sulco lateral posterior do bulbo.
O tronco divide-se em um ramo interno e um externo. O interno une-se ao vago e distribui-se com ele, e o externo inerva os músculos trapézio e esternocleidomastóideo.
As fibras oriundas da raiz craniana que se unem ao vago são:
Fibras eferentes viscerais especiais, que inervam os músculos da laringe;
Fibras eferentes viscerais gerais, que inervam vísceras torácicas.
                                                    Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
XII. Nervo Hipoglosso
Nervo essencialmente motor. Emerge do sulco lateral anterior do bulbo sob a forma de filamentos radiculares que se unem para formar o tronco do nervo. Este, emerge do crânio pelo canal do hipoglosso, e dirige-se aos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua (está relacionado com a motricidade da mesma). Suas fibras são consideradas eferentes somáticas.
                         Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

O sistema nervoso,  juntamente com o sistema endócrino, capacitam o organismo a perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais.
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais:  a irritabilidade (também denominada excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida.  
Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios.  


Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal axonal é o local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, localizados próximo da coluna vertebral.
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP).
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de Schwann (encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas no SNC) Em muitos axônios, esses tipos celulares determinam a formação da bainha de mielina - invólucro principalmente lipídico (também possui como constituinte a chamada proteína básica da mielina) que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso. Em axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da bainha de mielina, que acarretam a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. No caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas células de Schwann, a parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo desta célula, constitui o chamado neurilema.

O impulso nervoso

A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do líquido extracelular para o interior da fibra, e outros, do interior, de volta ao líquido extracelular. Assim funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente para dentro.Porém esse bombeamento não é eqüitativo: para cada três íons sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois íons potássio são bombeados para o líquido intracelular.

 


Somando-se a esse fato, em repouso a membrana da célula nervosa é praticamente impermeável ao sódio, impedindo que esse íon se mova a favor de seu gradiente de concentração (de fora para dentro);  porém, é muito permeável ao potássio, que, favorecido pelo gradiente de concentração e pela permeabilidade da membrana, se difunde livremente para o meio extracelular.

 
Em repouso: canais de sódio fechados. Membrana é praticamente impermeável ao sódio, impedindo sua difusão a favor do gradiente de concentração.
Sódio é bombeado ativamente para fora pela bomba de sódio e potássio.


Como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio na mesma proporção, estabelece-se uma diferença de cargas elétricas entre os meios intra e extracelular: há déficit de cargas positivas dentro da célula e as faces da membrana mantêm-se eletricamente carregadas.
O potencial eletronegativo criado no interior da fibra nervosa devido à bomba de sódio e potássio é chamado potencial de repouso da membrana, ficando o exterior da membrana positivo e o interior negativo. Dizemos, então, que a membrana está polarizada.  
Meio interno

Ao ser estimulada, uma pequena região da membrana torna-se permeável ao sódio (abertura dos canais de sódio). Como a concentração desse íon é maior fora do que dentro da célula, o sódio atravessa a membrana no sentido do interior da célula. A entrada de sódio é acompanhada pela pequena saída de potássio. Esta inversão vai sendo transmitida ao longo do axônio, e todo esse processo é denominado onda de despolarização. Os impulsos nervosos ou potenciais de ação são causados pela despolarização da membrana além de um limiar (nível crítico de despolarização que deve ser alcançado para disparar o potencial de ação). Os potenciais de ação assemelham-se em tamanho e duração e não diminuem à medida em que são conduzidos ao longo do axônio, ou seja,  são de tamanho e duração fixos. A aplicação de uma despolarização crescente a um neurônio não tem qualquer efeito até que se cruze o limiar e, então, surja o potencial de ação. Por esta razão, diz-se que os potenciais de ação obedecem à "lei do tudo ou nada".
 
Meio externo



Imediatamente após a onda de despolarização ter-se propagado ao longo da fibra nervosa, o interior da fibra torna-se carregado positivamente, porque um grande número de íons sódio se difundiu para o interior. Essa positividade determina a parada do fluxo de íons sódio para o interior da fibra, fazendo com que a membrana se torne novamente impermeável a esses íons. Por outro lado, a membrana torna-se ainda mais permeável ao potássio, que migra para o meio interno. Devido à alta concentração desse íon no interior, muitos íons se difundem, então, para o lado de fora. Isso cria novamente eletronegatividade no interior da membrana e positividade no exterior – processo chamado repolarização, pelo qual se reestabelece a polaridade normal da membrana. A repolarização normalmente se inicia no mesmo ponto onde se originou a despolarização, propagando-se ao longo da fibra. Após a repolarização, a bomba de sódio bombeia novamente os íons sódio para o exterior da membrana, criando um déficit extra de cargas positivas no interior da membrana, que se torna temporariamente mais negativo do que o normal. A eletronegatividade excessiva no interior atrai íons potássio de volta para o interior (por difusão e por transporte ativo). Assim, o processo traz as diferenças iônicas de volta aos seus níveis originais. 


Para transferir informação de um ponto para outro no sistema nervoso, é necessário que o potencial de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao longo do axônio. Um potencial de ação iniciado em uma extremidade de um axônio apenas se propaga em uma direção, não retornando pelo caminho já percorrido. Conseqüentemente, os potenciais de ação são unidirecionais - ao que chamamos condução ortodrômica. Uma vez que a membrana axonal é excitável ao longo de toda sua extensão, o potencial de ação se propagará sem decaimento. A velocidade com a qual o potencial de ação se propaga ao longo do axônio depende de quão longe a despolarização é projetada à frente do potencial de ação, o que, por sua vez, depende de certas características físicas do axônio: a velocidade de condução do potencial de ação aumenta com o diâmetro axonal. Axônios com menor diâmetro necessitam de uma maior despolarização para alcançar o limiar do potencial de ação. Nesses de axônios, presença de bainha de mielina acelera a velocidade da condução do impulso nervoso. Nas regiões dos nódulos de Ranvier, a onda de despolarização "salta" diretamente de um nódulo para outro, não acontecendo em toda a extensão da região mielinizada (a mielina é isolante). Fala-se em condução saltatória e com isso há um considerável aumento da velocidade do impulso nervoso.  


O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito è corpo celular è axônio.  


http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp


























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